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Dani, com cara de mãe!
Fonte: roubada do Orkut. |
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a todas as pessoas que leram o primeiro post da série "Assunto polêmico", em especial a Danielle Clericuzi, ex estagiária nossa que teve um bebê lindo chamado Pietro e sugeriu o tema desta continuação.
Bom... da mesma maneira que iniciei o papo sobre parto, gostaria de me desculpar com as colegas que realmente enfrentaram problemas de saúde que as impediram de amamentar, mas este post é dedicado àquelas que optaram por não fazê-lo.
Algumas empresas conscientes já adotam a licença maternidade de 6 meses e aquelas que não adotam devem permitir que a mulher se ausente ao menos por dois descansos remunerados de meia hora por dia para amamentar seus bebês. Então vejam bem... esses 6 meses que a gente ganha fora do trabalho são primordialmente dedicados aos nossos filhotes, aqueles seres super frágeis que tomam leite no início da vida, e não às visitas para ver o bebê, que reclamam do jeito que você cuida do menino e comparam seu pequerrucho com os filhos de gente que você provavelmente nem conhece.
Então por que é que vejo tanta gente que para de amamentar com semanas? Que usa desculpas como "meu leite não desceu", ou "ele estava arrancando meu peito" pra desistir em alguns dias daquele que será o maior elo entre a mãe e o filho.
Pois é... sinto informar mais uma vez que apesar da maquiagem mac, da bolsa Louis Vuitton que carrega, do iphone pendurado no ouvido e do notebook que não desgruda dos dedidos vosmecê não passa de um belo espécime do gênero feminino, da classe mamífera(mammalia), da ordem dos primatas, da família dos hominídeos. Vosmecê é um bicho... tão animalzinha quanto seu cachorrinho peludinho e afrescalhado. Ahhh... e isso não é privilégio das dondocas não. Se vosmecê mora no morro, na palafita ou segue na classe média... é tão animalzinho quanto ela!
Gente, estamos desistindo do ato que classifica nossa espécie como mamíferos. Estamos abrindo mão do aleitamento por motivos banais e desculpas rasas, indo de encontro à natureza. Estamos privando nossa prole de ter esse contato gostoso, de estar no calorzinho do corpo da mãe, enquanto tira dela tudo aquilo que é necessário para seu sustento, enriquecido com uma pitada cavalar de amor e paciência.
Paciência. Talvez seja esta a palavra que nos falta em excesso (que paradoxal!!!). Não temos paciência para esperar saber o sexo do bebê, não temos paciência para fazer um parto normal, não temos paciência para acordar de noite e dar de mamar e aceitamos premissas do senso comum de que o leite materno não alimenta, é fraco. Era a desculpa que a gente precisava pra pular fora desse barco que penicava nossos mamilos, que não nos deixava dormir, que era muito dependente e não ficava nem com a babá.
Vocês já repararam, e aqui cabe um parêntese por tratar-se de uma observação meramente empírica a qual faltam dados científicos comprobatórios, que à medida em que cedemos aos partos do tipo cesariana, diminuímos a amamentação e mais cedo substituímos nossos seios por mamadeiras recheadas de Nan?
Será que há alguma ligação? Eu sei que tem a parada da ocitocina... mas não sou da área para me aprofundar. Só sei que tudo pode ser uma conspiração da fabricante de leite em pó pra incentivar a gente a ter medo de ter bebê normalmente, o que afeta a produção de ocitocina e por conseguinte, a produção do leite materno, nos obrigando a partir para a lata mágica.
Eu sei que é complicado quando a gente volta ao trabalho... mas isso é por volta dos 4 aos 6 meses de vida do bebê. E antes? Por que parar tão cedo? Seria estética? Ignorância? Teoria da conspiração?
Sobre a lactose e sua intolerância, temos que:
"O ser humano, quando nasce em condições normais, está apto a digerir este açúcar. Na maioria da população mundial, após o desmame, há um declínio gradual na atividade da lactase" (PRETTO et al., 2002)." Existem três tipos de deficiência de lactase que são decorrentes de diferentes processos. São eles: deficiência congênita da enzima; diminuição enzimática secundária a doenças intestinais; deficiência primária ou ontogenética. A deficiência congênita é uma condição permanente, é um defeito genético muito raro, no qual a criança nasce sem a capacidade de produzir lactase" (WAITZBERG, 2004).
Segundo esta citação, se é tão incomum porque todos os casos se concentram a minha volta? Por que ninguém que eu conheço amamentou o filho por 6 meses sequer e a maioria sempre fala da intolerância? Não seria mais uma desculpa esfarrapada?
Ta bom... aí vocês vão perguntar quanto tempo eu amamentei... e eu sei que fui uma aberração também, mas fiz exatamente isso: eu fugia do mestrado para dar de mamar a meu filho. Eu amamentei por 2 anos e 3 meses e parei porque Rafa estava grande demais, já comia direitinho e a gente já tinha firmado um laço fazia teeeeeeeempo. Mas não vou dizer a vocês que foi fácil pra mim. Senti falta de estar com meu filho nos braços, agarrado, sentindo o calor do corpinho dele junto ao meu. Mas é a vida...
Não peço tanto... nem 8 nem 80... sei que apesar de recomendado, o aleitamento materno por 2 anos é quase inconcebível para muitas trabalhadoras, mas tentem se esforçar ao máximo por 6 meses. O bebê não é um Gremlin! Tenha paciência e lembre... no fundo somos só animais!
Pra não dizer que roubei dos outros (ou Referências Bibliográficas):
MAURICIO, Angélica Aparecida; TRENTINÁLHA, Andressa Sanches. Elaboração e análise sensorial de trufa isenta de lactose. Acta Scientiarum. Health Sciences. Maringá, v. 32, n. 1, p. 85-91, 2010.
